O espaço Entre Pontes na história 

 A relação das cidades com os cursos d'água que remontam aos primórdios da humanidade, com e evolução Humana e o surgimento dos agrupamentos a presença de uma fonte hídrica próximo aos seus assentamentos se torna uma necessidade principal. acontecendo assim as primeiras ocupações nas margens dos cursos d'água como por exemplo as instalações ao longo do rio Nilo no Egito antigo.

Porém, com o passar dos anos e a criação de cidades os rios agora além de fornecer água para a população servia também de ligação entre lugares que permaneceu assim até o desenvolvimento urbano acelerado causado pela revolução industrial que transforma novamente essa relação que agora passa a assumir um caráter sanitário, utilizando-se dos rios e principalmente dos córregos como escoamento de esgoto.

Neste contexto o curso d'água se torna um problema sanitário no contexto citadino por conta da proliferação de doenças, acumulação de lixo,e total descaso com suas margens. Assim, muitas cidades Brasileiras, acabaram por resolver essa questão sanitária de maneira banal: canalizando e escondendo esses rios no subsolo das cidades. Falar da ruptura que houve nos últimos cem anos entre o meio urbano e as áreas de cursos d'água é afirma que as áreas de fundo de vale, que antes eram vistas como importantes locais para o cotidiano dos primeiros assentamentos urbanos, hoje são causa de comuns problemas ambientais e de saúde pública.

Além disso é importante constatar o descaso na maior parte do país com o crescimento da mancha urbana com um déficit habitacional elevado a busca por moradia chega as áreas adjacentes aos córregos, e fundos de vale. Isso acontece devido às pressões políticas, e imobiliárias, desconsiderando o planejamento adequado à cidade como um todo e qualquer problemas gerados pela falta de efetivação do direito à moradia no Brasil.

Porém devido à falta de infra-estrutura habitacional, principalmente no quesito saneamento básico, da ocupação dessas áreas decorrem vários problemas ambientais tais como assoreamento e contaminação da água. Além disso, o modo como estas casas são edificadas nesses locais não é adequado o que favorece a contaminação dos indivíduos que nelas residem por diversos tipos de patologias.

Assim realidade das margens dos cursos d´água nas cidades brasileiras é na maioria dos casos de degradação, em consequência da ocupação irregular de habitações, ruas, avenidas ou de outros elementos urbanos que impermeabilizam as terras adjacentes, ocasionando prejuízos à própria população e ao Meio Ambiente. 

Assim cidades contemporâneas são palco de problemas sociais, econômicos e ambientas, principalmente nos países em desenvolvimento, onde a disparidades sociais e a carência de recursos financeiros e técnicos para equacionar as questões de infraestrutura e de gestão ambiental são mais acentuadas.

Os cursos d´água são elementos fundamentais de inserção da natureza nas cidades, elo restante entre o ser humano moderno e o seu meio natural, além disso quando não são mascarados ou descaracterizados pelo homem é um determinante no desenho urbano. A superação do modelo de produção e apropriação das áreas de fundo de vales, fundamentado em relações conflituosas entre o homem e a natureza e no desprezo às características específicas do sítio urbano, se coloca como um desafio ao planejamento urbano.

É importante romper o paradigma de que os cursos d´água são problemas para as cidades e verificar as suas potencialidades. Faz-se necessária uma mudança de atitude com relação à conformação da cidade, tanto no desenho urbano das áreas de expansão quanto no redesenho dos espaços consolidados. A análise morfológica é fundamental para o conhecimento das formas tradicionais de ocupação das áreas adjacentes aos cursos d´água no meio urbano.

Nesse contexto observa-se uma necessidade de revisão das ações antrópicas sobre a bacia hidrográfica e sobre os recursos hídricos de forma mais ampla. É importante entender o papel da morfologia e da tipologia de uso as margens dos cursos d'água para romper o paradigma de ocupação atual

Nesse viés, o objetivo geral desse projeto é contribuir para a pesquisa e categorização de áreas entre pontes criando ações classificadas por tipologias e propostas intervenções que solucione ou amenize problemas encontrados dentro desses eixos.

Essa pesquisa tem como base o córrego "Feijão-Cru" situado na cidade de Leopoldina- MG.

mapa de localização e mancha urbana que foi analisada 

História 

O ribeirão Feijão Cru é um curso de água do estado de Minas Gerais. É um afluente da margem direita do rio Pomba e, portanto, um subafluente do rio Paraíba do Sul.Apresenta 18 km de extensão e drena uma área de 97 km². Sua nascente localiza-se no município de Leopoldina, a uma altitude de aproximadamente 480 metros. O ribeirão atravessa a área central da cidade de Leopoldina. Na zona rural do município, cerca de 6 km após receber o ribeirão do Banco, seu principal afluente, o Ribeirão Feijão Cru tem sua foz no rio Pomba. O curso d'água aparece com o nome Feijão Cru em documentos oficiais desde 1817, como referência para demarcação das sesmarias concedidas às famílias dos primeiros povoadores de Leopoldina. Segundo a tradição local, o nome se deve a um incidente ocorrido no início do século XIX, quando os tropeiros que trafegavam pela bacia do rio Pomba acamparam em uma clareira ao lado de um córrego e acenderam o fogo para espantar os animais e cozinhar a refeição. O cozinheiro dormiu ao lado da fogueira e permitiu que o fogo se apagasse, o que deixou completamente cru o feijão que estava sendo preparado.

Memória e relação

Os mais jovens possivelmente conhecem o "Feijão Cru" como um córrego sujo, escoadouro do esgoto da cidade de Leopoldina (MG), e desconhecem a sua importância para a história da nossa cidade. Possivelmente, eles e elas ouviram na escola, nos anos iniciais do ensino fundamental, a "Lenda do Feijão Cru", nosso mito fundador, que narra o episódio que deu nome ao córrego e que teria marcado o início da ocupação do território. Mas todo mito fundador perde seu significado quando suas referências são abandonadas. Imagino que hoje um adolescente que passe por uma das pontes construídas sobre o Feijão Cru não veja nele mais do que um esgoto malcheiroso que corta a cidade. Da minha parte, guardo outras lembranças. Eu me lembro de quando criança ir para a beira do córrego para brincar de pegar "peixinhos". O Feijão Cru, naquela época, tinha águas cristalinas e fervilhava de vida.

Imagens atuais do córrego e seu entorno 

Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora